sexta-feira, março 02, 2007
AMAZÔNIA: cientista propõe nova "economia da floresta"
Miriam Leitão.com - O cientista Carlos Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, disse que o Rio de Janeiro é vulnerável ao efeito da elevação do mar pelas mudanças climáticas e deve se preparar, inclusive, construindo diques.
Ele contou detalhes do estudo feito pelo INPE que mostra que parte da Amazônia pode virar cerrado, dividindo a floresta ao meio.
- Não será um cerrado rico como o nosso, que é a mais rica região de savana do mundo, será um cerrado empobrecido - disse.
O efeito pode fazer desaparecer mais da metade das espécies vegetais, e isso afetará diretamente as espécies animais que vivem desses vegetais.
A conversa com Carlos Nobre, rica e interessante, foi na entrevista do programa Espaço Aberto, na Globonews. [reprise sábado, às 17h05]
Ele contou outra coisa interessantíssima: que a Amazônia não tem paralelo no mundo.
- O Brasil sempre se desenvolveu copiando modelos externos, mas agora não há nada o que possa ser copiado.
Na Amazônia, além dos princípios ativos, tem uma megadiversidade, complexas teias biológicas, onde podemos aprender como é a vida.
Segundo ele, qualquer uso que se faça da floresta hoje é mais pobre que esse uso, de explorar sua biodiversidade. A pecuária, por exemplo, é bem menos rentável do que preservar a floresta:
- A Amazônia precisa ser preservada não para isolá-la, mas para estudá-lá, para explorar a floresta, não da forma extrativista; é uma coisa totalmente nova.
O Brasil deveria liderar o desenvolvimento da nova economia da floresta - disse Carlos Nobre, que participou tanto dos estudos do IPCC quando dos novos estudos sobre Amazonia divulgados essa semana.
Continua...
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