quinta-feira, maio 16, 2013

ZANGADO PEDE INVESTIGAÇÃO SOBRE ATOS DA INTERVENÇÃO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS


Luiz Leite Santana, ex-vereador e ex-secretário municipal da Fazenda de São Sebastião (SP), apelidado “Zangado”, fez uso da tribuna da CMSS, em 14 de maio de 2013, para relatar atuação da Irmandade do Sagrado Coração de Jesus, da qual é membro, provedora do Hospital de Clínicas de São Sebastião, esse sob intervenção municipal desde 2007.
A narrativa aborda as circunstâncias em que se deu a intervenção e suas consequências até o momento, solicitando toda a atenção dos vereadores à gravidade da atual situação, recomendando a instalação de uma comissão especial de investigação, com suporte técnico de auditoria externa, para levantamento das reais condições do exercício da interventoria e seus resultados, especialmente a gestão do passivo da irmandade, que hoje, informa, encontra-se ao redor de R$ 33 milhões de reais, enquanto que em 2007, quando foi decretada a intervenção, era de cerca de R$ 14 milhões.
Principais pontos da narrativa, aspectos da intervenção
O prefeito passado [Juan Garcia], na intenção, talvez, de mudar o sistema de administrar esse hospital, para nele injetar recursos públicos, resolve intervir na irmandade mantenedora desse hospital e que por longo tempo enfrentou sozinha as dificuldades que relatamos. Para isso, a provedoria de então realizou uma assembléia, com poucos irmãos presentes, na portaria do hospital, para deliberar naquela noite, e tinha que ser naquela noite, sobre a aceitação ou não da proposta e condições que estavam sendo apresentadas, para essa intervenção ocorrer, e se aceita a prefeitura repassaria para uma empresa terceirizada a responsabilidade pela sua administração. Ora, pergunta-se: por que não para a própria irmandade, que não visa lucro, e que administrou esse hospital por meio século sem recurso público e sua provedoria sempre trabalhou de graça?
A proposta dizia ainda que à empresa caberia toda gestão do hospital, sobrando para a provedoria apenas o encargo para assinar cheques para os pagamentos. Em troca disso a prefeitura saldaria as dívidas da irmandade, todas, claro, gerada pelo hospital; pelo menos foi o que entendemos naquele momento. O estranho, e que chamava a atenção dos mais atentos, era ainda a presença nessa assembléia do próprio empresário já indicado para assumir o hospital. Ficamos sem entender nada, tal o absurdo, como irmão, temeroso que a irmandade pudesse virar uma laranja, e conseqüente desmoralização perante nossa comunidade, propusemos naquele momento que se constituísse uma comissão de irmãos para analisar a proposta apresentada e, posteriormente, levada a uma nova assembléia, previamente e amplamente avisada, para se expor o resultado do que se concluísse aos irmãos; alertá-los ainda dos riscos que poderiam advir, contra a irmandade, por uma tomada de decisão errada e, caso houvesse a rejeição, o que teria sido o mais prudente, seria rompido o convênio com o governo do estado, verdadeiro dono do hospital, e este, então sim, repassaria para a prefeitura a responsabilidade por sua gestão e, nada mais justo, assumisse também o passivo da irmandade e ela se retiraria.
O prefeito naquele momento, presente nessa reunião, usando a palavra, afirma que a não aprovação, daquela proposta, naquela noite, implicaria em demissão de todos os funcionários do hospital, no outro dia...”
“De lá para cá, muito dinheiro público, pelo que se sabe, tem sido colocado no hospital. O que se quer saber, o que se quer entender como cidadão é que, com todo o dinheiro que lá entrou e ainda entra, consta que o hospital continua em situação de inadimplência...

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