quinta-feira, setembro 01, 2011

CENTRO DE CONVENÇÕES INAUGURADO, INACABADO E RUINDO

CEGOS, SURDOS E LOUCOS
Assistam, vão  adorar...

 Em matéria sobre o Centro de Convenções da Praia Grande, na região central de São Sebastião, publicada pelo jornal Imprensa Livre, em sua edição do dia 31 de agosto de 2011, o prefeito Ernane Primazzi declara que solicitará ao Ministério Público a demolição da obra, inaugurada em 2008, inacabada e, atualmente, ruindo.
Além dos problemas estruturais, a obra apresenta também problemas no cumprimento do convênio firmado com o governo estadual, responsãvel pelo financiamento parcial de sua construção, e pareceres do Tribunal de Contas concluindo pela irregularidade de contratos: Fase I e Fase II.
Sobre as questões estruturais, laudo pericial emitido pelo Instituto Falcão Bauer aponta, segundo relato do prefeito, a evolução de uma rachadura que já atingiu 30 centímetros, cuja “tendência é aumentar mais rápido esse espaçamento”, estando o prédio “condenado ao desabamento”. “Já existe uma previsao de cotação para verificar se o prédio poderá ser demolido ou implodido”.
Ainda segundo a matéria, “para recuperar as bases e refazer a estrutura do Centro de Convenções, seriam gastos em torno de R$ 1,2 e R$ 1,5 milhões”. Ou seja, existem alternativas de engenharia para recuperar o empreendimento e foi isso o que a Prefeitura de São Sebastião havia anunciado em 2009, ao divulgar seu pacote de obras. Então, dormiu no ponto, optando pela deterioração da obra para concluir pela sua demolição em 2011.
Mais adiante, além do gasto acima mencionado, o prefeito revela: “então, para recuperar o prédio, teríamos que devolver R$ 2,3 milhões para o DADE, e gastar mais ainda com a despesa inicial apontada pelo laudo, para aí sim dar continuidade ás obras”.
O incrível enredo da construção do Centro de Convenções só poderia mesmo levar a um último ato de loucura, que o prefeito pretende levar adiante, consumando o gran finale, que seria a demolição do empreendimento, consentimento esse que ele espera obter do Ministério Público.
Ora, sem sequer submeter o caso ao Comdurb, que é o órgão muncipal apropriado para emitir párecer a respeito do que seria o melhor a fazer com a obra – demolí-la ou concluí-la, o prefeito segue seus instintos varejistas.
Digo, conclusivamente, apenas o seguinte: se houver uma única possibilidade de recuperar a obra, finalizá-la e entregá-la ao uso a que se destina, não há olhos e ouvidos saudáveis que possam recomendar sua demolição nem sob o manto da autoridade constituída.     

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