Preparei um documento extenso sobre os diversos aspectos das atribuições da administração pública municipal: "Minuta do Programa de Governo - Conteúdo aberto a discussão", "Visão, Planejamento e Ação Governamental". Desse documento, apresento agora a abordagem do tema "TURISMO".
VII. TURISMO
Já vai longe o tempo em que o turismo dependia de sol e mar para atrair pessoas e investimentos. A era do amadorismo está ultrapassada. Urna atividade com poder tão grande de gerir capital, criar empregos e promover desenvolvimento deve ser administrada com profissionalismo e competência gerencial.
Não raramente, ao concentrar atrativos e serviços diversificados, as cidades adquirem a atmosfera satisfatória aos interesses dos visitantes, tornando-se destinos diferenciados. Essa condição é viável a São Sebastião, que conta com uma respeitável base de atrativos e recursos naturais, históricos e culturais, portanto, qualificada a posicionar-se entre os núcleos turísticos mais atraentes do país. A discussão do tema sempre remete à questão da sazonalidade, uma característica da qual a cidade não consegue livrar-se. Ao contrário, devido à superficialidade da atuação governamental e aos desacertos na promoção turística, não obstante o volume expressivo de investimentos do empresariado, acentua-se a dependência do setor ao fator climático.
São Sebastião é...
Bonita por natureza. Mas é preciso compreender que apenas o fator beleza, embora fundamental, não garantirá a realização de seu potencial turístico. A cidade precisa construir e consolidar sua marca para posicionar-se convenientemente num mercado sensível e exigente. A estratégia de desenvolvimento turístico põe em foco o desenvolvimento da cidade e isso interessa fundamentalmente à sociedade local, da qual não se pode prescindir a participação no processo. Aos visitantes importa saber quais são as nossas principais atrações, os locais de atividades e visitação que seriam de seu interesse. Combinam-se esses elementos com o cenário de lazer, representado pelo contexto físico e sociocultural no qual as atrações estão fixadas, ou seja, a estrutura espacial global da cidade e seu ambiente.
Turismo é o negócio de São Sebastião
Para nós, está claro que São Sebastião precisa ter o seu plano de desenvolvimento turístico e que cabe à administração municipal reunir os setores interessados e coordenar a formulação do documento, começando por examinar o modelo, a estrutura e as metas atuais do setor.
Muitas das ações e dos investimentos solicitados pelo setor Turismo dizem respeito à gestão ambiental urbana, que mencionamos em seções anteriores, e também ao apoio tecnológico dos sistemas de informação, também mencionado anteriormente. Vê-se assim que o planejamento turístico é parte do plano municipal de desenvolvimento e não conflita com os interesses da população local. O funcionamento e a qualidade dos equipamentos culturais, recreativos e urbanísticos servem em primeira instância ao ‘consumo’ dos moradores e deles utilizam-se os visitantes.
São Sebastião é apresentada como estância balneária e dá a impressão de que se resignou a essa condição, que redunda na sazonalidade da freqüência turística. Sabemos que a segmentação do setor permite expectativas mais otimistas de ocupação. Será preciso articular os objetivos da cidade, entre os quais assinalamos:
> Tornar-se um destino atraente para os turistas;
> Desenvolver uma indústria turística sustentável e ambientalmente sadia;
> Gerar renda e oportunidades de emprego para a população;
> Estimular o investimento rentável em turismo, proporcionando a remodelação e a ampliação da infra-estrutura da cidade;
> Ampliar a produção da economia local;
> Ampliar o universo cultural e educacional da cidade.
O Plano de Desenvolvimento Turístico estabelecerá diretrizes de organização, marketing, promoção, de produto e de qualidade turística, apoiando-se em pesquisas de mercado que identifiquem nossos potenciais clientes e orientem as estratégias que deveremos adotar para influenciar sua decisão de visitar a cidade.
Há diversas maneiras de promover o desenvolvimento turístico de São Sebastião. Estamos certos de que o processo de elaboração do plano turístico será oportuno para darmos início a uma nova abordagem do setor. Contamos com elementos altamente favoráveis ao incremento do turismo e que constituem uma condição singular de São Sebastião. Além do que já dissemos sobre os recursos naturais, históricos e culturais, valem ser destacadas a localização privilegiada, o acesso e a mobilidade facilitados nos períodos de baixa freqüência e a configuração espacial - destacando-se os bairros onde se nota a ampliação da diversidade funcional.
Por outro lado, vemos que faltam mais cuidados com a questão da estética urbana. A administração municipal está obrigada a evitar a degradação de lugares essenciais ao uso público, fazendo cumprir rigorosamente o código de posturas municipais, promovendo a remodelação arquitetônica e urbanística e investindo na implantação de equipamentos e serviços à altura do público que pretende servir.
Temos consciência de que o Plano de Desenvolvimento Turístico fixará diretrizes que aperfeiçoarão a visão, a gestão e os investimentos do governo e da sociedade sebastianense. Uma de suas proposições será a realização anual do Fórum de Desenvolvimento Turístico, momento em que estarão reunidos os representantes da administração municipal e dos demais segmentos representativos do setor para avaliações sobre sua execução e consecução de metas.
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