sexta-feira, agosto 17, 2012

CONSEMA APROVA LICENÇA PRÉVIA DO CONTORNO SUL


Traçado passará pelos municípios de São Sebastião e Caraguatatuba, mas terá grande parte do desenho em túneis e viaduto
O contorno sul da obra de duplicação da Rodovia Tamoios, que desafogará o trânsito já saturado do litoral norte, teve seu parecer técnico aprovado pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), com 28 votos favoráveis, nenhum contrário e duas abstenções, em sua 298ª plenária, realizada na quarta-feira, 15. Na reunião, presidida pelo secretário Bruno Covas, os conselheiros concordaram com a decisão da Companhia Ambiental Paulista (Cetesb) de conceder Licença Prévia (LP) para a obra, que tem previsão de início em março de 2013 e é de responsabilidade do DER e da DERSA - Desenvolvimento Rodoviário S/A.
O empreendimento, com 30,2 km de extensão e uma média de 80 m de largura, totalizando 323 ha de construção, terá 5 km de túneis e 4,6 km de viadutos e pontes. O projeto, resultado de solicitações da comunidade, desvia o trajeto da rodovia da floresta nativa com o objetivo de poupar o Parque Estadual da Serra do Mar e as comunidades estabelecidas no trajeto da obra.
Além de túneis, viadutos e pontes, as mudanças de traçado, ajustes de intersecções e desconcentração de acessos também foram iniciativas da DER e DERSA para atender a população. Graças a grande participação da sociedade, sugestões e propostas de melhorias foram incorporadas, resultando em um projeto democrático. Segundo Ana Maria Iversson, da JGP Consultoria, responsável pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) do empreendimento, toda obra estrutural desse porte precisa ser aprimorada à medida que aprofunda seu projeto de engenharia. 
Manifestações municipais
Apesar do pedido de adiamento da votação feito pelo secretário do Meio Ambiente de São Sebastião, Eduardo Hipólito Rego, com alegação de que não houve tempo hábil para manifestação dos municípios afetados, Caraguatatuba e São Sebastião, e descumprimento da resolução CONAMA 237, os conselheiros presentes concluíram - com 25 votos contrários e quatro a favor da mudança da data - que as Audiências Públicas promovidas para a obra foram suficientes para transmitir a opinião da sociedade civil. Ana Cristina Pasini, da Cetesb, ainda informou que os questionamentos da Resolução CONAMA foram considerados no parecer apresentado. 
“A participação da população foi muito ativa. As audiências públicas ficaram disponíveis na internet e tiverem 1.888 acessos e cerca de 1200 downloads. Ficou claro que a demanda era a favor da obra, a questão era como fazer para minimizar os impactos”, comenta Iversson. 
Hipólito esclareceu ao Conselho: “Não somos contra o empreendimento e sim conta o traçado”. Ele solicitou aos presentes que entendessem “a fragilidade do local” referindo-se às questões sociais e ambientais de onde a rodovia será instalada. O pleito era de que um trajeto maior da obra fosse feito por túneis, poupando ainda mais as áreas superficiais. 
Segundo a DERSA, “foram avaliadas as vantagens e desvantagens das alternativas propostas, aspectos técnicos e econômicos, e chegamos a um projeto ainda melhor do que estava analisado no EIA-RIMA”, declara Laurence Casagrande Lourenço, presidente da empresa. 
Para a CETESB, apesar de impactos, o balanço final da obra é favorável. O processo de licenciamento foi rico e prefeituras e sociedade civil foram ouvidos. Ainda, os 38 ha de floresta nativa perdidos serão compensadas com o plantio de 200 ha.
Dentro da verba economicamente viável foram estabelecidos traçados alternativos, que resultou na redução de 1,6 km de extensão do contorno, 24 ha de superfície poupados, a diminuição de sete para quatro túneis, menos 360 unidades habitacionais afetadas com a construção, além de 5 ha de floresta nativa que deixarão de ser suprimidos. “Mais de 80% da vegetação do traçado é antrópica, ou seja, já foi alterada pelo homem”, explica Ana Maria Iversson.

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