terça-feira, junho 25, 2013

QUE FIM LEVOU A REFORMA POLÍTICA INICIADA EM 2011?

Senador Renan Calheiros
Presidente do Senado
2013-2014
 Pois é, ninguém toca nesse assunto, mas em fevereiro de 2011, por determinação do senador José Sarney, então presidente do Senado, instalou-se a Comissão de Reforma Política, presidida pelo senador Francisco Dornelles, formada por 15 senadores.
A comissão tinha como incumbência selecionar questões, discutir e elaborar propostas dentre os seguintes temas prioritários, selecionados por Dornelles: sistemas eleitorais, financiamento eleitoral e partidário, suplência de senador, filiação partidária, coligações, voto facultativo, data da posse dos chefes do poder Executivo, cláusula de desempenho, fidelidade partidária, reeleição e candidato avulso.
Em maio de 2011 foi entregue ao presidente do Senado, José Sarney, o relatório contendo 11 propostas aprovadas pela Comissão de Reforma Política, anteprojetos e projetos de lei.
As principais propostas apresentadas, de uma reforma que já não traria grandes mudanças ao sistema político-eleitoral, foram ficando pelo caminho, perdendo força, apoio dos congressistas, e finalmente deixadas para uma próxima oportunidade:
- Fim da reeleição: tornava inelegível presidente da República, governador e prefeito para os mesmos cargos, no período subseqüente;
- Coligações: permitia coligações eleitorais apenas nas eleições majoritárias (presidente da República, governador e prefeitos);
- Referendo: estabelecia que lei ou emenda constitucional que altere o sistema eleitoral seja aprovada em referendo para entrar em vigor;
- Fidelidade partidária: prevê a perda de mandato por desfiliação partidária em casos nos quais não se configure incorporação ou fusão de legenda, criação de novo partido, desvio de programa partidário e grave discriminação pessoal. Aqui se criou a exceção para casos de filiação a novos partidos.
E foi assim... a prometida reforma política transformou-se num remendo que acabou piorando a condição da sociedade, de qualificação e eficácia de suas escolhas eleitorais, e facilitando ainda mais a prostituição partidária, através da proliferação de novos partidos, praticamente prontos, com bancadas constituídas, horários de mídia definidos, apoio assegurado e lugares garantidos na organização governamental.
Não devemos confiar nos congressistas, eles não têm vergonha na cara, mesmo os mais bem intencionados estão submetidos ao núcleo de seus comandos, onde o “board” de cafetões-chefes estabelece a regras, toma as decisões.
Com esses congressistas que estão aí não dá para esperar por mudanças, principalmente que sejam promovidas por eles e no campo em que eles atuam; ali, deitam e rolam, isso já está mais do que provado...

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